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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Sarau e o incentivo a poesia!

A poesia sempre me encantou, fui apresentada a ela por meu pai que costumava brincar com as palavras e fazer repentes nos incentivando com esses jogos. Nas noites quentes de Jequié, sentávamos na porta de casa e ficávamos horas brincando disso. Depois vieram os livros, os autores. Hoje faço o mesmo com minha filha, brinco com rimas, fazemos poesia, construímos jogos com as palavras. Depois que fui ao Sarau de Mariana, fiquei com a ideia na cabeça de realizar um. E o fiz com a ajuda de meus amigos aqui em casa mesmo, semana passada. Cada um foi chegando com carinho, poesia e desprendimento. Muitos trouxeram poesias próprias, uma linda surpresa, isso incentivou-me a ler as minhas. Mas no meio de Vinicius de Moraes, Castro Alves, Wally Salomão e entre outros autores, surgiu da mãos de minha Amiga Cláudia o Livro de poesias haicais Hai-Quintal de Maria Valéria Resende que sua filhinha Amanda tinha trazido da biblioteca da escola, esse tipo de poesia é maravilhoso para os pequenos, o poema é formado por três versos que fecham um sentido em si mesmo, aqui um trecho pra vocês entenderem melhor " Dormi na varanda: serenou, acordei de banho tomado" e outro " Descalça na terra, o planeta me faz cócegas na planta dos pés", um encanto, e assim, segue o livro que é uma viagem sensorial e visual de uma menina sobre o seu quintal. Uma boa forma de incentivar e resgatar a poesia. Leitura linda tanto pra crianças como para adultos. As ilustrações são de Myrna Maracajá, a editora Autêntica. Encontrei entre 24,90 e 34.90 na internet. Indicação: 05 a 08 anos.


Ainda com a energia forte e a felicidade com o resultado do Sarau encontrei outros dois livros, um deles é o Voo de Vadinho de Alvaro Faleiro e Fernando Vilela  que narra a vida de um vaga-lume e suas descobertas em seu mundo, um Jardim, onde encontra seres como largatas, baratas e outros animais, nos versos usa as dificuldades e facilidades na vida de casa inseto fazendo uma alusão a propria vida, os sentimentos, o que enfrentamos e o derradeiro fim de cada um. Ah histórias inusitadas, arrancam boas risadas. Como exemplo este: " Totonho o piolho achava que vivia tranquilo, Saltando o dia todo na cabeça de um menino. mas o menino ficou pensando: " Vou me livrar desse estranho que vive me incomodando"... O menino pensou tanto que ferveu seu miolo... Diz a lendea que no meio do incêndio o danado do Totonho acabou pegando fogo, saindo meio apressado pulando feito um doido."  A editora é pequena Zahar. Indicação de idade: 06 a 08 anos. Média de preço 44 reais.





Deslumbrante o livro O Jardim com poesia de Carlos Drummond de Andrade tem ilustração do alemão ATAK, poesia e cores fortes se misturam e é um brinde aos nossos olhos, livro pra mim sem idade. Remete ao modernismo, movimento do qual fez parte nosso poeta. Traz versos como " Nessa boca da noite, cheira o tempo a alecrim". Outra viagem pelo jardim, pelo simples, pela natureza. Acredito que me encantei com esses livros por me remeter a minha própria infância, aos quintais e jardins, entre Jequié, Santa Inês, Ilhéus e o Vilarejo de Três Braços, uma infância tão livre. Saudade. A poesia faz isso com a gente, provoca esses sentimentos. Que esse livros provoquem nossos pequenos leitores. Ah, a editora de O jardim é Companhia das Letrinhas, a média de preço 43,90. Indicação: a partir dos 06 anos.


Ainda sobre o Sarau, esse levou o nome de Lua Azul, já que foi feito exatamente no dia que surge a segunda lua cheia no mês de Julho, a casa recebeu essas cores, velas e aromas encheu o lugar e as crianças foram deixadas à vontade, pois estão no processo de letramento e forçar a exposição poderia provocar sentimentos futuros de não aceitação da poesia. Quero muito realizar um voltado pra os pequenos, espero encontrar colaboradores que me ajudem nesse trabalho, conseguindo, relato como foi.

E de minha autoria:

 ah...vazio faça-se presente...abra espaço...eu quero encontrar a criança...
Aquela criança dançando na chuva torrencial do sertão.
Ah...vazio faça-se presente...pra eu sentir o toque do tecido de algodão da colcha de retalhos da casa de vovó Eulina...o respingo da chuva caindo sobre o telhado, as ripas, o cheiro de terra molhada...
Ah...vazio, venha e deixe-me novamente, sentir o roçar da lama a cobrir meu corpo, após uma travessura de infância, o escorrer do suco do umbu tão grande aos meus olhos, a força do sol contido na fruta.
Ah vazio...faça-se presente, silêncio, silêncio.







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