Ele caminhava silencioso pelo corredor da padaria, menino de uns dez anos, cabisbaixo, roupa puída, mas limpa.
— Senhora, pode ajudar a alimentar minha irmã?
Quase não entendi a pergunta.
— Preciso de leite. ̶ era pedido-sussurro.
Meneei a cabeça em um quase “sim”. Continuei as compras, depois conversei
com meu marido sobre o pedido. Ele foi pegar uma caixa de leite. Estávamos no
caixa, apontei para o leite e olhei para o menino, angustiado pegou um saco de
leite em pó e mostrou para mim.
— Pode ser esse? ̶ perguntou.
Meu marido acenou que sim. A caixa reclamou sobre ele ainda receber e ficar
escolhendo o que ganhar.
— Tem muita gente com fome hoje em dia. Se a irmã for
pequena, melhor um leite que dilua.
Arde meu estomago num sentimento deslocado. Despedi-me do menino na porta, uma outra senhora o ajudou com pão e ovos. Quase feliz desce a rua.
Vivemos força de guerra, criança! Segue invisível, escolha sombras e descansa, o sol arderá até tarde. Versos compõe nossos dias, A cruzada das crianças de Brechet diz presente. Meninos brincam de bola as margens de rios-esgotos, empinam pipas nos aterros e viajam no faz de contas nos caminhos das feiras, enquanto empurram os carros-de-mão.
Vivemos força de guerra, criança!